Incêndio na boate Kiss matou 235 pessoas no último domingo (27).
Entre os feridos, 87 pacientes estão em estado grave no hospital.
Quatro dias após o incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, 138 pessoas seguem internadas em hospitais do Rio Grande do Sul, sendo 87 em estado grave, segundo a Secretaria Estadual da Saúde que divulgou novo relatório na manhã desta quinta-feira (31) em entrevista coletiva. A tragédia na boate Kiss matou 235 pessoas no último domingo (27).
Os casos mais graves seguem em Porto Alegre. São 60 pessoas em
hospitais da capital gaúcha e Região Metropolitana, sendo 57 em UTI e 48
com respiração por ventilação mecânica. Outros três pacientes
melhoraram de saúde e estão na enfermaria. No total, cinco pessoas
tiveram alta em 24 horas.
Em Santa Maria, são 76 pessoas em atendimento nos hospitais, sendo que
29 estão na UTI e 47 na enfermaria. Ainda existe uma pessoa na UTI em
Caxias do Sul e outra em tratamento na enfermaria na cidade de IjuÃ.
O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul,
deixou 235 mortos na madrugada do último domingo (27). O fogo teve
inÃcio durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que fez
uso de artefatos pirotécnicos no palco. De acordo com relatos de
sobreviventes e testemunhas, e das informações divulgadas até o momento
por investigadores, é possÃvel afirmar que:
- O vocalista segurou um artefato pirotécnico aceso.
- Era comum a utilização de fogos pelo grupo.
- A banda comprou um sinalizador proibido.
- O extintor de incêndio não funcionou.
- Havia mais público do que a capacidade.
- A boate tinha apenas um acesso para a rua.
- O alvará fornecido pelos Bombeiros estava vencido.
- Mais de 180 corpos foram retirados dos banheiros.
- 90% das vÃtimas fatais tiveram asfixia mecânica.
- Equipamentos de gravação estavam no conserto.
- Era comum a utilização de fogos pelo grupo.
- A banda comprou um sinalizador proibido.
- O extintor de incêndio não funcionou.
- Havia mais público do que a capacidade.
- A boate tinha apenas um acesso para a rua.
- O alvará fornecido pelos Bombeiros estava vencido.
- Mais de 180 corpos foram retirados dos banheiros.
- 90% das vÃtimas fatais tiveram asfixia mecânica.
- Equipamentos de gravação estavam no conserto.
Prisões
Quatro pessoas foram presas na segunda por conta do incêndio: o dono da boate, Elissandro Calegaro Spohr; o sócio, Mauro Hofffmann; o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo Santos; e um funcionário do grupo, Luciano Augusto Bonilha Leão, responsável pela segurança e outros serviços.
Quatro pessoas foram presas na segunda por conta do incêndio: o dono da boate, Elissandro Calegaro Spohr; o sócio, Mauro Hofffmann; o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo Santos; e um funcionário do grupo, Luciano Augusto Bonilha Leão, responsável pela segurança e outros serviços.
Investigação
O delegado Marcos Vianna, responsável pelo inquérito do incêndio na boate Kiss, disse ao G1 na terça-feira (29) que uma soma de quatro fatores contribuiu para a tragédia ter acabado com tantos mortos: 1) o fato de a boate ter só uma saÃda e a porta ser de tamanho reduzido; 2) o uso de um artefato sinalizador em um local fechado; 3) o excesso de pessoas no local; e 4) a espuma usada no revestimento, que pode não ter sido a mais indicada e ter influenciado na formação de gás tóxico.
O delegado Marcos Vianna, responsável pelo inquérito do incêndio na boate Kiss, disse ao G1 na terça-feira (29) que uma soma de quatro fatores contribuiu para a tragédia ter acabado com tantos mortos: 1) o fato de a boate ter só uma saÃda e a porta ser de tamanho reduzido; 2) o uso de um artefato sinalizador em um local fechado; 3) o excesso de pessoas no local; e 4) a espuma usada no revestimento, que pode não ter sido a mais indicada e ter influenciado na formação de gás tóxico.
O delegado regional de Santa Maria, Marcelo Arigony, afirmou também na
terça que a PolÃcia Civil tem "diversos indicativos" de que a boate
estava irregular e não podia estar funcionando.
"Se a boate estivesse regular, não teria havido quase 240 mortes",
disse em entrevista. "Mas isso ainda é preliminar e precisa ser
corroborado pelos depoimentos das testemunhas e os laudos periciais",
completou.
Arigony disse ainda que a banda Gurizada Fandangueira utilizou um
sinalizador mais barato, próprio para ambientes abertos e que não deveria ser usado durante show em local fechado.
"O sinalizador para ambiente aberto custava R$ 2,50 a unidade e, para
ambiente fechado, R$ 70. Eles sabiam disso, usaram este modelo para
economizar. Usaram o equipamento para ambiente aberto porque era mais
barato”, disse o delegado.
O vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo Santos, admitiu em seu depoimento à PolÃcia Civil que segurou um sinalizador aceso
durante o show, de acordo com o promotor criminal Joel Oliveira Dutra. O
músico disse, no entanto, que não acredita que as faÃscas do artefato
tenham provocado o incêndio. Ele afirmou que já havia manipulado esse
tipo de artefato por diversas vezes em outras apresentações.
Responsabilidades
A boate Kiss desrespeitou pelo menos dois artigos de leis estadual e municipal no que diz respeito ao plano de prevenção contra incêndio. Tanto a legislação do Rio Grande do Sul quanto a de Santa Maria listam exigências não cumpridas pela casa noturna, como a instalação de uma segunda porta, de emergência. A boate situada na Rua dos Andradas tinha apenas uma, por onde o público entrava e saÃa. Outra medida que não foi cumprida na estrutura da boate diz respeito ao tipo de revestimento utilizado como isolamento acústico.
A boate Kiss desrespeitou pelo menos dois artigos de leis estadual e municipal no que diz respeito ao plano de prevenção contra incêndio. Tanto a legislação do Rio Grande do Sul quanto a de Santa Maria listam exigências não cumpridas pela casa noturna, como a instalação de uma segunda porta, de emergência. A boate situada na Rua dos Andradas tinha apenas uma, por onde o público entrava e saÃa. Outra medida que não foi cumprida na estrutura da boate diz respeito ao tipo de revestimento utilizado como isolamento acústico.
A Brigada Militar informou nesta quarta que a boate não estava em desacordo
com normas de prevenção contra incêndios em relação ao número de
saÃdas. Segundo interpretação da lei, o local atendia as normas ao
possuir duas saÃdas no salão principal. Mas as portas, no entanto, não
davam para a rua, e sim para um hall. Este sim dava para a rua através
de uma só porta. "Foi um ato possÃvel que o engenheiro conseguiu
colocar", disse o tenente coronel Adriano Krukoski, comandante do Corpo
de Bombeiros de Porto Alegre.
Jader Marques, advogado de Elissandro Spohr, um dos sócios da boate, disse que a casa noturna estava em "plenas condições" de receber a festa.
Ele falou sobre documentação da casa, segurança, lotação, e disse que a
banda Gurizada Fandangueira não avisou que usaria sinalizadores naquela
noite. O advogado ainda afirmou que o Ministério Público vistoriou o
local "diversas vezes".
A Prefeitura de Santa Maria se eximiu de responsabilidade
pelo incêndio e entregou alvará para a polÃcia que mostra data de
validade de inspeção para prevenção de incêndio, feita pelo Corpo de
Bombeiros. A prefeitura afirma que a sua responsabilidade era apenas
sobre o alvará de localização, que é válido com a vistoria do ano
corrente. O documento informa que a vistoria foi feita em 19 de abril de
2012.
O chefe do Estado Maior do 4º Comando Regional do Corpo de Bombeiros, major Gerson Pereira, disse na quarta que a casa noturna tinha todas as exigências estabelecidas
pela lei vigente no Brasil. "Quem falhou, que assuma a sua
responsabilidade. Nós fizemos tudo o que estava ao nosso alcance e não
vou entrar em jogo de empurra-empurra", afirmou.
O Ministério Público do Rio Grande do Sul abriu um inquérito civil na terça para investigar a possibilidade de improbidade administrativa
por parte de integrantes da Prefeitura de Santa Maria, do Corpo de
Bombeiros e de outros órgãos públicos por terem permitido que a boate
Kiss continuasse funcionando mesmo com as licenças de operação e
sanitária vencidas.
31/01/2013 12h21
- Atualizado em
31/01/2013 12h50
Quatro dias após tragédia, 138 pessoas seguem internadas no RS
Incêndio na boate Kiss matou 235 pessoas no último domingo (27).
Entre os feridos, 87 pacientes estão em estado grave no hospital.
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Secretária da Saúde divulgou atualização dos feridos
(Foto: Caetanno Freitas/G1)
Quatro dias após o incêndio na boate Kiss, em Santa Maria,
138 pessoas seguem internadas em hospitais do Rio Grande do Sul, sendo
87 em estado grave, segundo a Secretaria Estadual da Saúde que divulgou
novo relatório na manhã desta quinta-feira (31) em entrevista coletiva. A
tragédia na boate Kiss matou 235 pessoas no último domingo (27).(Foto: Caetanno Freitas/G1)
Os casos mais graves seguem em Porto Alegre. São 60 pessoas em hospitais da capital gaúcha e Região Metropolitana, sendo 57 em UTI e 48 com respiração por ventilação mecânica. Outros três pacientes melhoraram de saúde e estão na enfermaria. No total, cinco pessoas tiveram alta em 24 horas.
Em Santa Maria, são 76 pessoas em atendimento nos hospitais, sendo que 29 estão na UTI e 47 na enfermaria. Ainda existe uma pessoa na UTI em Caxias do Sul e outra em tratamento na enfermaria na cidade de IjuÃ.
O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul, deixou 235 mortos na madrugada do último domingo (27). O fogo teve inÃcio durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que fez uso de artefatos pirotécnicos no palco. De acordo com relatos de sobreviventes e testemunhas, e das informações divulgadas até o momento por investigadores, é possÃvel afirmar que:
- O vocalista segurou um artefato pirotécnico aceso.
- Era comum a utilização de fogos pelo grupo.
- A banda comprou um sinalizador proibido.
- O extintor de incêndio não funcionou.
- Havia mais público do que a capacidade.
- A boate tinha apenas um acesso para a rua.
- O alvará fornecido pelos Bombeiros estava vencido.
- Mais de 180 corpos foram retirados dos banheiros.
- 90% das vÃtimas fatais tiveram asfixia mecânica.
- Equipamentos de gravação estavam no conserto.
(Veja o que já se sabe e as perguntas a responder)
Quatro pessoas foram presas na segunda por conta do incêndio: o dono da boate, Elissandro Calegaro Spohr; o sócio, Mauro Hofffmann; o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo Santos; e um funcionário do grupo, Luciano Augusto Bonilha Leão, responsável pela segurança e outros serviços.
Investigação
O delegado Marcos Vianna, responsável pelo inquérito do incêndio na boate Kiss, disse ao G1 na terça-feira (29) que uma soma de quatro fatores contribuiu para a tragédia ter acabado com tantos mortos: 1) o fato de a boate ter só uma saÃda e a porta ser de tamanho reduzido; 2) o uso de um artefato sinalizador em um local fechado; 3) o excesso de pessoas no local; e 4) a espuma usada no revestimento, que pode não ter sido a mais indicada e ter influenciado na formação de gás tóxico.
O delegado regional de Santa Maria, Marcelo Arigony, afirmou também na terça que a PolÃcia Civil tem "diversos indicativos" de que a boate estava irregular e não podia estar funcionando. "Se a boate estivesse regular, não teria havido quase 240 mortes", disse em entrevista. "Mas isso ainda é preliminar e precisa ser corroborado pelos depoimentos das testemunhas e os laudos periciais", completou.
O vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo Santos, admitiu em seu depoimento à PolÃcia Civil que segurou um sinalizador aceso durante o show, de acordo com o promotor criminal Joel Oliveira Dutra. O músico disse, no entanto, que não acredita que as faÃscas do artefato tenham provocado o incêndio. Ele afirmou que já havia manipulado esse tipo de artefato por diversas vezes em outras apresentações.
Responsabilidades
A boate Kiss desrespeitou pelo menos dois artigos de leis estadual e municipal no que diz respeito ao plano de prevenção contra incêndio. Tanto a legislação do Rio Grande do Sul quanto a de Santa Maria listam exigências não cumpridas pela casa noturna, como a instalação de uma segunda porta, de emergência. A boate situada na Rua dos Andradas tinha apenas uma, por onde o público entrava e saÃa. Outra medida que não foi cumprida na estrutura da boate diz respeito ao tipo de revestimento utilizado como isolamento acústico.
Jader Marques, advogado de Elissandro Spohr, um dos sócios da boate, disse que a casa noturna estava em "plenas condições" de receber a festa. Ele falou sobre documentação da casa, segurança, lotação, e disse que a banda Gurizada Fandangueira não avisou que usaria sinalizadores naquela noite. O advogado ainda afirmou que o Ministério Público vistoriou o local "diversas vezes".
A Prefeitura de Santa Maria se eximiu de responsabilidade pelo incêndio e entregou alvará para a polÃcia que mostra data de validade de inspeção para prevenção de incêndio, feita pelo Corpo de Bombeiros. A prefeitura afirma que a sua responsabilidade era apenas sobre o alvará de localização, que é válido com a vistoria do ano corrente. O documento informa que a vistoria foi feita em 19 de abril de 2012.
O chefe do Estado Maior do 4º Comando Regional do Corpo de Bombeiros, major Gerson Pereira, disse na quarta que a casa noturna tinha todas as exigências estabelecidas pela lei vigente no Brasil. "Quem falhou, que assuma a sua responsabilidade. Nós fizemos tudo o que estava ao nosso alcance e não vou entrar em jogo de empurra-empurra", afirmou.
O Ministério Público do Rio Grande do Sul abriu um inquérito civil na terça para investigar a possibilidade de improbidade administrativa por parte de integrantes da Prefeitura de Santa Maria, do Corpo de Bombeiros e de outros órgãos públicos por terem permitido que a boate Kiss continuasse funcionando mesmo com as licenças de operação e sanitária vencidas.
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